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quarta-feira, 22 de abril de 2015

O moço da poesia.

O doce que me corrói do açúcar
não é o mesmo do doce dos seus beijos
que ainda não provei mas me assusta
me faz insana, e me busca
de alguém que outrora buscou no mar
as chaves dos meus cadeados.
O que me corrói é a saudade astuta
que me castiga, me insulta e eu juro
que mesmo sendo assim tão inseguro
meu coração bate mais rápido por você.
A angústia da falta da sua presença
não é a mesma que eu tinha antes de te ver
mas tem a mesma intensidade
de quando me ligou pela primeira vez.
Um dia você subiu aquelas escadas
enquanto eu me preocupava em descer.
Quando te vi, me perdi, e acabei perdendo você
mas por sorte a minha, nesse mundo tão pequeno
reconheci os teus olhos e sorri para você me reconhecer.
A eternidade coube naquela mesa
aquela multidão na verdade nem estava ali
eu que tanto queria da vida uma surpresa
acabei por acreditar que o acaso
foi pelo destino mandado
naquela estação de metrô lotada
em que nossos caminhos cruzaram
e nunca mais eu conseguir te esquecer.
Vi em teus olhos o que procurava
vi em tua voz o meu melhor silêncio
ainda quando não  me dizia nada
eu queria era ficar ali.
Por uma noite, pela madrugada,
eu te ouviria falando de poesia
de literatura ou de romance
só pra ter uma vaga lembrança
do moço dos meus poemas
que faz da minha rima, eterna criança.

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