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sábado, 23 de maio de 2015

Conto de Maio

Eu o vi de longe na rua  e cheguei mais perto pra cumprimentar, um beijo no rosto, quase canto de boca, desses em que a gente não sabe se devora os lábios ou espera um pouco mais.
Ele  pegou na minha cintura e conseguiu com que eu aceitasse um vinho mais a noite, na sua casa.
O táxi parou em frente ao endereço que dei  às 22 horas. Toquei o interfone e logo o portão se abriu pra que eu entrasse.
Na porta da sala, me esperava, já com duas taças de vinho na mão e um sorriso que me ganha no rosto. Sorriso safado, ao mesmo tempo ingênuo, esse que só ele sabe dar.
Outro beijo recebido no canto dos lábios, dessa vez, seguido de um longo abraço.
Peguei a taça de vinho tinto e comecei a tomar aos poucos, e quando ele chegou perto, o calor tomou conta da sala...
Beijou meus lábios com vontade. Despiu minha roupa lentamente, e com toda delicadeza beijou meu corpo inteiro!
A sala era confortável, um sofá grande com duas poltronas de lado. Já excitado, sentou na poltrona e abriu o zíper da calça pra nos divertirmos. Ajoelhei e enquanto me deliciava com seu membro inteiro pra fora, deslizei minha língua em movimentos em volta daquele sexo duro e quente. Coloquei-o inteiramente na minha boca, do jeito que eu sabia que ele gostava.
Olhava com desejo incontrolável pro rosto dele, e vi que aquela noite seria inesquecível. E foi.
Depois de me abraçar e me arrancar o fôlego, me colocou com os joelhos em cima do assento daquela poltrona e me penetrou intensamente. Calmamente. Acabei delirando de prazer. Me virou e me chupou, lambeu, beijou, degustou cada parte do meu corpo, que já se confundia com o dele.
Sentou na beiradinha da poltrona e me colocou de frente, e enquanto sugava meus seios, forçava num abraço a total conexão entre nós.
Fomos para o chão, Deitamos um no corpo do outro e fomos um por algumas vezes, até a nossa exaustão. Tomamos mais um pouco de vinho.
Acordei com a sensação de cada detalhe ter sido real. Procurei os vestígios dele na minha cama e tudo que eu encontrei foi apenas um lençol revirado.

terça-feira, 19 de maio de 2015

Eu não preciso que você diga que me ama

Eu não preciso que você diga que me ama
Só preciso que segure a minha mão ao atravessar a rua.
Eu não preciso de declarações em versos
Mas quero que fique ao meu lado quando eu tiver medo.
E quero que me faça sorrir quando eu estiver triste,
E quero que você me dê mil abraços
só pra eu não sentir frio no inverno.
E no verão, preciso que me acompanhe a praia
só pra rir de mim por que eu tenho medo do mar.
Eu não preciso que você diga que me ama,
Só preciso que olhe nos meus olhos enquanto falamos de literatura,
e me conte todos os seus segredos mais escondidos
e que segure a gargalhada quando eu te contar que gosto de desenho animado.
Eu preciso ir ao cinema com você,
e rir de filmes de tragédia ruins,
e chorar com comédia romântica,
sem que você me censure por sentir demais.
Eu preciso que entenda minha tpm,
e me dê muito chocolate de presente,
e muito carinho depois que fizermos amor,
aí então eu vou saber que você me ama.

domingo, 17 de maio de 2015

Dizem por aí

Eu tranquei o meu coração com mil cadeados e joguei a chave de todos eles ao mar. Já não vejo o brilho nos olhos diante do espelho, e não acho graça em músicas com letra e melodia romântica. Comecei a escrever sobre a vida, e sobre como é estar acompanhada da solidão. Eu já não tenho taquicardia ao ouvir meu celular vibrando com alguma mensagem, nem vibro mais com ligações inesperadas. Camões passou a não fazer sentido. Já a teoria da relatividade sim.
Não esqueço panela no fogo, nem adoço em excesso os cafés que eu preparo. Dizem por aí que quando um amor chegar, vou esquecer do sal no arroz, porque estarei com o pensamento distante. Que vou escrever sobre saudade, que meus olhos vão parecer duas janelas com vista para um campo de tulipas em plena primavera. Que vou desenhar corações por onde eu passar, e dentro dele as iniciais que poderiam ser impressas num convite de casamento.
Dizem por aí que quando eu me apaixonar vou querer ouvir Endles Love com Lionel até o fim. Que vou me tornar tão romântica a ponto de achar lindo quem faz uma serenata de amor e em seguida entrega rosas vermelhas. Dizem por aí que se um dia, um grande amor me encontrar, estará com as mil chaves em suas mãos para abrir cada cadeado que hoje está em meu coração.
Dizem por aí.

Poesia da saudade

A doçura dos teus beijos
que se compara com o mel
quando me deixa é fel
se esvaindo pelos vãos dos dedos.

O calor do seu abraço
me desloca sem me afogar
me suporta sem sufocar
e queima o meu espaço.

A carícia que me causa
é o fogo que me inflama
e a água que me esparrama
o desejo que me enlaça.

Amores fantasmas

Você esteve aqui durante décadas
e talvez eu te ame pelo resto da minha vida ainda,
porque acredite, eu ainda me lembro do gosto do seu beijo.
E do seu toque quando estava frio
e eu me abrigava no seu abraço.
Eu achava que aquelas noites seriam eternas
e de certa forma, estão dentro de mim eternizadas na minha memória.
Cada beijo, cada olhar, cada sorriso
Cada passo escondido dado no teu quarto em segredo
Cada segredo só nosso, guardado pra sempre em meu coração.
E sim, seu fantasma ainda está dentro do meu guarda roupa, e todas as noites antes de dormir, te procuro e você está lá.

A singularidade do amor

Eu quero a singularidade do amor
e a pluralidade de um sorriso bobo no segundo que antecede o beijo;
Eu quero andar de mãos dadas
e tirar fotos bobas com caretas só pra recordar depois;
Eu quero um almoço de família aos domingos
e revesar entre carinhos e beijos a semana inteira;
Eu quero não ter que sentir ciúmes
e sentir que não preciso querer você pra mim
porque você já se sente meu;
Eu quero escrever na sua vida uma prosa indefinida
e recitar poesias que me inspiram você.
Eu quero a tranquilidade de um domingo a tarde debaixo das cobertas fazendo amor com você;
Eu quero a paz de poder te dizer que te amo sem me preocupar se ainda é cedo;
Eu quero a amizade colorida nos seus sonhos mais íntimos;
Eu quero o namoro mais formal e tradicional dos nossos tempos;
Eu quero a música que vou cantar no dia em que você me inspirar. 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Sobre o amor e relacionamento.

O amor suporta a distância. Suporta as infantilidades de brigas que só acontecem por mensagens mal interpretadas. Suporta os segundos de silêncio quando o assunto por telefone simplesmente acaba.
Poderíamos falar do tempo, da falta da chuva, mas às vezes, eu gosto de ficar ouvindo a sua respiração do outro lado, fechando os olhos e tentando lembrar de cada detalhe do seu rosto.
O amor suporta as noites sem conexão de internet. Suporta a falta que faz de uma conversa só pra saber como foi aquele dia. Suporta ouvir uma música e chorar de saudade, e saber que essa saudade é tão estranha quanto o amor, que quando nasce, já é intenso.
O amor suporta o orgulho. Esse monstrinho besta que fica buzinando no ouvido que não vai chamar pra conversar só porque brigamos na tarde passada. Suporta os desencontros e as mágoas que deixamos de perceber e achamos que está tudo bem.
O amor suporta o nó na garganta que dá quando pensamos que está tudo acabado, os projetos em comum, leituras e discussões sobre assuntos que temos em comum e que nos fazem parecer estar perto demais pra simplesmente desistir.
O amor suporta crises de tpm. Crises de existência. De carência. De solidão acompanhada.
O amor suporta os gostos musicais diferenciados. Pensamentos sobre religião. Diversidade cultural.
O amor suporta os erros grosseiros de gramática, de ortografia. 
O amor tudo suporta, porque no fundo, ele está em construção e estará sempre em constante mutação. Procura corrigir as falhas, porque é com os erros que se dá o acerto. E é escolhendo amar que se aprende o amor. É suportando na certeza de que os frutos que estamos plantando será suculento quando estiver maduro. 
E até que isso aconteça, resta apenas ter coragem suficiente para não desistir no primeiro impasse.
É saber que mesmo com tantas imperfeições, vai valer a pena.
E como esperar calmaria entre duas pessoas que se amam já que o amor é perfeito e o ser humano não é?

terça-feira, 12 de maio de 2015

Eu não te prometo promessas

Eu não te prometo dias de sorriso e de paz,
mas juro que tentarei te dar um abraço no pôr do sol, enquanto houver tarde.
E ao acordar, vou estar com o cabelo desarrumado, sem o meu batom, mas com o coração cheio de paciência pra suportar a nossa rotina.
Eu não te prometo flores espalhadas na cama, ou uma bandeja de café da manhã todos os dias,
mas eu juro, vou tentar me derramar junto com um bom vinho que você degustar em nossas noites.
Eu não te prometo um poema por dia,
mas é claro que vou me inspirar em você pra escrever,
algumas palavras de amor,
saudade,
desejo,
solidão
e paz.
Eu não te prometo uma paixão avassaladora,
mas te quero tão perto
a ponto de confundir sua imagem com a minha,
a ponto de chegar ao mesmo tempo perto do abismo,
que nós chamamos de orgasmo.
Eu não te prometo fazer tanta promessa
mas prometo te beijar sempre que eu sentir vontade
e te amar mesmo quando você não merecer
e te desejar mesmo quando você envelhecer
e te cuidar quando você adoecer
e dormir contigo até quando eu tiver insônia
só pra escutar a leveza da sua respiração.

sábado, 9 de maio de 2015

A doçura dos teus beijos

A doçura dos teus beijos
que se compara com o mel
quando me deixa, é fel
se esvaindo quando não o vejo.

O calor do teu abraço
me desloca sem me afogar
me suporta sem sufocar
e queima o meu espaço.

A carícia que me causa
é o fogo que me inflama
e a água que esparrama
o desejo que me enlaça.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Sobre a sexualidade

Apesar da sexualidade humana estar sendo tratada por alguns estudiosos como algo que vai além do físico, com a finalidade de reprodução, falar sobre esse assunto no contexto da nossa sociedade ainda é um tabu , visto que poucas pessoas se abrem para uma análise  isenta de achismos íntimos e religião.
A sexualidade quando tratada como imposição do religioso ou do que é considerado certo e o que é errado de acordo com a ética da maioria das pessoas , causa preconceitos em relação aos que ousam ser diferentes dos demais.
Pensando nisso, desconstrua o sexo. Isole-o de sua religião e de seus códigos de ética e moral dados ainda na infância. Pense como algo natural não somente em relação à reprodução, mas para experiência própria de cada indivíduo, intimamente ligado à emoção de cada um.
Tente pensar na mulher com liberdade sexual igual ao do homem. Poder ser livre o bastante para ter prazer com seu próprio corpo ao invés de pedir permissão a alguém para que possa atingir orgasmo, pois é isso que acontece, mulher tem que pedir pra gozar! Sendo o sexo casual, ou com o namorado, ou com o marido, pra cada situação tem uma classificação que a sociedade dá, de mulher fácil a mulher que serve pra casar.
Tente pensar em gêneros agora. No homem ou mulher homo/bissexual  que ama da mesma forma que um hétero, ou da mesma forma que um hétero também só queira prazer físico.
Pense em como você tem sido preconceituoso com as pessoas que não são obrigadas a seguir o mesmo padrão de vida que você. E que de forma alguma são melhores ou piores apenas por conta de sua prática ou orientação sexual.
Retire todo conceito do que a vida inteira ensinaram pra você, e analise de fato, porque você discrimina mulheres por causa de sua roupa, que se empoderam livres, e lutam pelos mesmos direitos que o homem sempre teve na nossa sociedade, encorajadas na maioria das vezes, depois de um estupro ou assédio. Ainda são poucas que possuem essa coragem.
Reflita o que de fato existe de ruim nas pessoas que não são obrigadas a gostar do que você gosta. Você não pode obrigar ninguém a seguir a sua religião. Não pode impor as pessoas o que você pensa e faz ( ou finge que faz) só pra ser aceito numa sociedade que condena ainda, o seu semelhante.
Se o amor que a sua religião tanto prega fosse visto em você, viveríamos bem mais preocupados com o alimento que falta pro nosso irmão do que com o tipo de relação sexual que alguém gosta para atingir orgasmo.
Se a ética que você tanto preza fosse eficaz, teríamos menos assassinos e ladrões do que o índice assustador do noticiário da tarde diz.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

(Des)encontro

Estou dentro de um ônibus em movimento rumo à minha cidade natal. A estrada, sem querer ser muito clichê, representa o tempo, o ônibus a minha vida e eu, minha consciência. A estrada está ficando cada vez mais pra trás, e eu continuo minha viagem enquanto algumas pessoas passam por mim. Alguns permanecem por tão pouco tempo que mal posso vê-los no horizonte mais, outros, aproveitam a pista dupla e ficam ao meu lado. E outros ainda, ficam para trás, estes porém, estão fora do alcance da minha visão. Certamente se eu procurar o que se foi, perco o rumo, a direção, o sentido e inevitavelmente provocarei dores e acidentes fatais em quem está ao meu lado.
Portanto, continuo olhando pra frente, fazendo com que minhas escolhas sejam parte efetiva da minha estrada. Sabendo que, quando olho para o lado encontro companhia e para frente ganho experiência, deixo meu retrovisor apenas para retocar meu batom.

Teu contorno

O contorno dos seus lábios encontrando as curvas do meu corpo,
tão afoito, sedento de um alento que eu não posso explicar,
me embriaga e me deixa tão vaga, nessa nossa saga que é o viver.
E aos poucos te pergunto os meus porquês e sem resposta, continuo curiosa...
Essa sua boca macia, de cor avermelhada me dizia, que não era você que eu queria esquecer.
Ao contrário, quero lembrar de cada curva que percorrermos, de cada linha que distorcemos, de cada distância que encurtamos, das roupas que tiramos, dos medos que mostramos, dos defeitos que escondemos...e revelamos aos poucos, como as cinzas que caem de um cigarro aceso.

Rotina...

Na rotina dos seus beijos e no afago do teu abraço, eu me embriago e me calo, me silencio com teu cheiro...
Cada segundo ao teu lado, não me cansa, me sara dessa solidão que há tempo se faz minha parceira...
E ao ouvir sua voz, e observar cada detalhe do seu rosto, percebo que a vida e as estrelas dançaram quando te encontrei...
Eu quero voar nas asas dos seus sonhos mais lúcidos
Me confundir com a tua pele, me envolver em teu segredo
Me lambuzar dos seus amores, saborear os seus desejos
Escrever com meus lábios toda nossa história em teu corpo
E me perder quando você dobrar minha esquina
Minha quinas, minhas curvas.
Na rotina dos seus beijos eu não quero e nem vou me enjoar
Eu não posso e nem quero mais ninguém
Que não seja você.