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domingo, 23 de agosto de 2015

Escravidão

Começamos a estudar ainda crianças. Somos inseridos no sistema capitalista e aprendemos que o lucro não é vergonhoso só porque explora o outro. Aprendemos a fazer as contas de acordo com os nossos próprios interesses, portanto, a divisão de dois pães para duas pessoas é igual a uma pessoa totalmente saciada e a outra com fome. E tudo bem, a vida é desse jeito mesmo. Dizem...
Ao terminar o Ensino Médio vemos o filho do rico comprar guias do estudante para fazer testes e ver o que quer ser quando crescer e o filho do pobre, se já não abandonou o curso por precisar se dedicar ao trabalho, pensar na possibilidade de uma vida melhor, porque é o que dizem, fazer uma faculdade é ter a possibilidade de uma vida melhor, só esquecem de dizer pra quem é melhor.
Mas ainda assim, quando por milagre, sorte, meritocracia -falácia- algum aluno de classe baixa consegue entrar numa universidade ele se depara com algumas escolhas.
Se dedicar inteiramente aos estudos e passar necessidades porque com a ajuda do governo mal dá pra comer, ou então, se desdobrar entre trabalho e estudo, rotina muitas vezes cansativa que sobrecarregam o indivíduo.
Então vem trabalho. Namoro. Casamento. Filhos. Não necessariamente nessa ordem. Responsabilidades.
Trabalho, pseudo escravo. Mas espera, escravidão já não foi abolida lá com a Princesa Isabel?
Nascemos escravos! O sistema capitalista nos aprisiona na gaiola do consumismo e aqueles que estão dentro, acham estranho quem voa.
Nascemos escravos de uma sociedade racista, preconceituosa, machista, homofóbica, que além de impôr regras ainda querem nos fazer pensar que tudo isso é normal, que a vida é assim.
Nascemos escravos de amarras que é preciso conhecimento e persistência para nos libertar.
Nascemos escravos onde a lei que nos rege diz:
Se vira! O mundo gira e o vacilão roda!

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