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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Só ás vezes.

 

Vez outra eu venho aqui te ver, você sabe, eu acho... sempre soube que do meu jeito torto, ainda venho aqui saber se você está bem. As mídias não dizem nada, é difícil te encontrar, saber de fato, se você ainda está aí. Mas é a única forma que eu tenho de saber. Por vezes não é nem pra te ver, mas de alguma maneira, enxergar aquela menina imatura que você conheceu que não existe mais.

Já faz tanto tempo, tantos anos. Vez em quando eu me pergunto se ainda vou escutar sua voz novamente, se verei seus olhos, sentirei o gosto da sua boca.

Acabo me dizendo que não, mesmo desejando que sim.

Não sei por que sinto saudade. Mas sinto.

Não sei por que sinto sua falta.

E é por isso que...

Vez outra eu venho aqui te ver.

sexta-feira, 12 de março de 2021

Ares

 Se você me perguntar se a saudade tem nome

Se eu ainda sei o seu sobrenome

Ou se meus olhos ainda brilham quando falo de nós

Eu jamais diria que o vazio que você deixou

Só é preenchido pelas pausas das músicas que canto

Na busca daquele momento em que dissemos adeus.


Se você me disser que o amor jamais morre

E que a nossa vida é aquele livro velho

Que você insiste em dizer que não acabou

Eu jamais diria que consumo as lembranças 

Com a mesma voracidade que te ouvia 

Quando de cor me dizia coisas sobre a vida


Se você me perguntar se ainda tenho os mesmos sonhos

E se sigo na mesma direção de onde um dia nos encontramos

E que também dissemos nosso último adeus

Eu jamais diria que no fundo ainda te espero

Como quem chama à velhice de companhia solitária

À luz da lua enquanto ouve Marisa Monte.


quarta-feira, 4 de julho de 2018

Não há mais nada seu aqui.


Não há mais nada seu aqui.
Joguei fora aquela sua camiseta velha que você esqueceu comigo.
Me desfiz dos textos, das lembranças, das fotografias.

Não me lembro da cor dos teus olhos;
Não me lembro do perfume que você costumava usar;
Não me lembro do sorriso que você me dava.

Não há mais nada seu aqui.
Joguei fora aquele amor que insistia em querer te esperar.
Me desfiz dos conselhos, dos beijos, dos abraços

Esqueci o som suave da sua voz dizendo meu nome;
Esqueci o tom da sua pele;
Esqueci como você franze a testa quando fica bravo.

Não há mais nada seu aqui.
Joguei fora a minha saudade junto com aquela velha camiseta que você deixou comigo.

sexta-feira, 2 de março de 2018

Sobre escrever x sentir

Hoje pensei sobre escrever. Pelo pouco conhecimento que tenho e segundo minha visão de mundo, escrever, pelo menos para mim, é uma maneira de materializar e eternizar sentimentos. Dá trabalho para fazer bem feito e é como um filho que a mãe ganha mas sabe que é do mundo, pois as palavras deixam de pertencer a quem as escreve no momento em que outras pessoas as leem. No entanto, como sabemos, cada palavra possui um sentido diferente para um indivíduo e a sua interpretação dependerá sempre do seu contexto e da visão de mundo do leitor.
Confesso que às vezes tenho muita vontade de escrever sobre assuntos mais complexos ou polêmicos, mas a preguiça de lidar com certos posicionamentos errôneos a respeito do texto acaba vencendo.
Eu poderia chamar essa preguiça de covardia, mas hoje, observando alguns fatos sobre a receptividade do leitor, percebi que não é de todo mal me resguardar a respeito do que escrevo. Afinal, qual o sentido de escrever senão guardar ao menos um segredo no íntimo da alma?
No mais, pensei também sobre a audácia do nome da minha página. Onde já se viu Sentir e Traduzir em Palavras?
Eu confesso: eu tento, tento bastante, mas jamais vou conseguir traduzir coisas que não podem ser totalmente traduzidas, pois algumas nem ditas são.
Mas é assim que me acostumei. Me deixa com minha audácia de escrever sobre sentir e sentir sobre escrever, e enquanto isso revejo o que penso sobre polêmicas e sobre preguiça.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Sobre demonstração de afeto e redes sociais:


Já se passaram quase um mês desde o dia dos namorados, e naquela semana de junho tudo o que eu via na minha linha do tempo no Facebook era fotografias de casais e textos que, quase simultaneamente diziam: “Olhem para nós, vejam o quanto estamos felizes em ter encontrado o amor verdadeiro em menos de um mês” ou ainda “Veja como ele (a) me ama, ganhei um perfume caríssimo e quero dividir com vocês” ou “ Tá vendo o que você perdeu? Finalmente encontrei alguém que me ama”. Ok, por ser dia dos namorados, eu até pensei em relevar as circunstâncias e acreditar que aquela tonelada de felicidade imposta a qualquer custo seria mesmo verdadeira. Mas desde então comecei a observar mais alguns casais.
Eu sempre desconfiei muito de pessoas que começam a namorar e com 15 dias de relacionamento já postam que amam ou que não vivem sem, enfim... Eu gostaria muito de acreditar em amor à primeira vista, mas sou cética demais pra isso. 
Acredito no amor que se revela com o tempo e com atitudes. Postar fotos com o parceiro com uma legenda retirada de um site de poesia da internet é muito fácil. Difícil mesmo é amar na segunda-feira depois do trabalho, do cansaço, da falta de paciência, pois ainda faltam quatro dias pra sexta-feira e a gente já está cansada.
Isso leva tempo viu? 
Não digo, no entanto, que o amor sentido com um mês de relacionamento seja falso, mas não vejo maturidade, pois para mim o amor é como uma criança que não sabe exatamente o que faz, mas conforme o tempo vai passando, ela se torna adulta o suficiente pra arcar com a consequência dos seus atos. E aí, quando uma criança não sabe o que fazer diante de uma situação típica de adulto o que acontece são relacionamentos frustrados, os chamados amores líquidos, pois não estão fundamentados em coisas reais, mas nas ilusões que a paixão oferece.
Não acredito que o maior problema hoje, nesse universo de relacionamentos seja postagem de fotos ou os chamados textões que postamos para demonstrar afeto. Até porque tudo na medida certa funciona como um alimento para o amor, afinal quem ama demonstra, certo? A questão está quando essa demonstração se torna a única de afeto entre os casais.
Nas redes sociais, fotos de perfil do casal, inúmeras declarações que a gente vê e chega a se perguntar como conseguem uma vida tão perfeita quanto a que demonstram em casa, porém na vida real, os dois estão cada um numa ponta de sofá sem conversar, com o olhar fixo no celular, procurando preencher o vazio que o relacionamento deixa enquanto a vida passa, e passa depressa. Se vão a um lugar novo, não admiram a paisagem ou sentem abraçados o vento passar pelos poros, contudo, a câmera do celular está a todo momento à procura do melhor ângulo pra uma foto bonita que vai gerar muitos likes e... Bom, o ciclo é vicioso. 
Meu intuito nesse texto não é condenar, portanto, as redes sociais e as demonstrações de amor que nelas são postadas todos os dias, ou em ocasiões especiais, mas alertar para a conscientização de que o melhor da vida, por mais clichê que pareça, a gente realmente faz em off, e para que isso aconteça, esquecer que existe internet no momento que estamos com quem amamos é fundamental.

terça-feira, 7 de março de 2017

Eu amei você. E amei por longos anos. Amei loucamente.
Imaginei como seriam nossos filhos, como seria nossa sala de jantar, e o nosso quarto - você sempre desorganizado, sua bagunça seria motivo de brigas- e imaginei a tua voz me acordando todas as manhãs.
Imaginei se um dia você soube o quanto te amei. Perceba, não foi um amor meia boca, eu te amei por inteiro.
Não me importei com teus defeitos, só via tuas qualidades. Via o teu olhar de desejo, e por um tempo era suficiente pra mim.
Então se um dia te perguntarem se você já foi amado, lembre-se de mim.

Hoje, nem o seu desejo não é suficiente. E eu fico em dúvida se o que eu tanto chamei de amor era sentimento ou carência.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Escrito em dezembro de 2011

(...)Era 19 de abril de 2011. Minha intuição disse que você estaria lá, e estava. Ainda sinto o aperto daquele abraço que você me deu. O mesmo aperto de saudade que tenho agora. Tirei fotos suas pra guardar pra mim. E quando decidi te esquecer, lembrei que estavam lá e apaguei. Hoje revi alguns álbuns e uma foto sua apareceu no meio. É o fim. Você está de perfil pra mim, e de frente pro seu barquinho. Tinha de tudo naquela arte, a sua essência, o seu mal gosto que me fez rir. E tinha você, e tinha alegria.
Nesse dia, caminhamos um pouco, nos beijamos na praça, sentados na grama próximo a uma árvore. Enquanto você me abraçava, perguntava se ali estava feliz. Eu estava, mas não sabia. Hoje sei.
O tempo voou. Você navegou com sua vela pro alto alto mar enquanto eu quis ficar no porto inseguro da lembrança. O vento do acaso me afastou de você, e talvez você nem se lembre mais desse dia, e nem de mim. Mas todos os anos de lá pra cá, ainda sorrio no dia do índio lembrando do seu sorriso tentando me alcançar.